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O SATU, finalmente, mudou de nome

O SATU, finalmente, mudou de nome                                                           

Agora chama-se SAI TU

Numa visita à Austrália de uma comitiva da CMO, presidida pelo então presidente Isaltino Morais, viajaram num meio de transporte e, como gostaram, resolveram “importá-lo” para Oeiras. Mais tarde a Câmara Municipal de Oeiras (CMO) e a respetiva AMO aprovaram o projeto com os votos favoráveis do PSD/PS.

Quando, em 2001, o Bloco de Esquerda, foi eleito pela primeira vez para a Assembleia Municipal de Oeiras (AMO) foi confrontado com a existência da empresa SATU.

Fizemos muitas perguntas sobre este assunto ao presidente da CMO, tendo mais tarde apresentado as mesmas através de requerimentos escritos. Ficámos a saber que não havia estudo de viabilidade económica nem estudo de tráfego que concluíssem que a receita proveniente da bilheteira garantia o financiamento da empresa.

O certo é que a primeira fase foi inaugurada em 2004. Manifestámo-nos, na ocasião, com cidadãos comunistas e socialistas contra um transporte que iria circular sem passageiros. Na ocasião gritámos SAI TU.

Na AMO votámos sempre contra todas as propostas apresentadas pela CMO. Como disse um filósofo da segunda circular: limpinho, limpinho. É, assim, que o Bloco de Esquerda está – com as mãos limpas.

Em 2006 recebemos o relatório de uma auditoria da Inspeção Geral de Finanças (IGF) realizada sobre a atividade da CMO. Confirmámos que não houve estudos de viabilidade económica nem de tráfego. Mas soubemos mais: o parceiro privado (Teixeira Duarte) foi escolhido sem concurso público, a Teixeira Duarte (TD) é o acionista maioritário e, em caso de prejuízo financeiro, a CMO pagará 51% das dívidas enquanto a TD paga, apenas, 49%.

Ao longo destes anos o Bloco de Esquerda apresentou propostas para suspender a circulação do “maluquinho da Tapada do Mocho”. Nenhuma delas foi aprovada poi a maioria IOMAF/PS/PS votou contra. Há dois anos o PS arrependeu-se e passou para o nosso lado.

Até hoje nunca nos foi enviado o registo da bilheteira para podermos saber o número de passageiros.

Este ano recebemos o relatório de uma outra auditoria da IGF, desta vez exclusivamente sobre o SATU, auditoria esta que confirma tudo o que a anterior tinha concluído. Mas vai mais longe. A empresa viola a lei e, portanto, terá de ser extinta.

Em Agosto a Ministra das Finanças assinou um despacho em que manda extinguir a empresa. A CMO terá de pagar 51% dos prejuízos acumulados à TD a qual, até agora, tem pago todas as despesas, que andam à volta de 30 milhões de euros. A CMO terá de alterar o orçamento que já foi aprovado em reunião da CMO.

Mas o mais grave é que serão os cidadãos de Oeiras a pagar as dívidas da CMO.